15 agosto 2012

Maçãs Envenenadas, de Lily Archer


Olá! Sou a nova colaboradora do Blog, Dilly, e estou muito feliz por poder fazer parte dessa comunidade tão especial. Um pouquinho sobre mim: adoro ler qualquer tipo de livro, amo filmes e séries de terror, tudo que é irlandês me interessa e sou, provavelmente, a única fã nerd do Eminem. 
Ok, vamos ao que interessa.  Eu estava muito ansiosa para ler “Maçãs Envenenadas” porque fui levada a pensar que se tratava de uma versão moderna e combinada dos contos de Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel e, também, porque o livro foi descrito como “perversamente divertido”.  Mas não é bem assim...
A tímida Alice Bingley-Beckerman, a popular Reena Paruchuri e a nerd Molly Miller são enteadas de madrastas horríveis e cruéis. Seus pais se apaixonaram por estrelas da Broadway dissimuladas, professoras de ioga nada desprendidas de bens matérias e garçonetes intrometidas.
Quando vão para o colégio interno Putnam Mount McKinsey - PMM - (despachadas, sem outra opção ou por vontade própria), uma improvável amizade começa e elas se tornam as ‘Maçãs Envenenadas’ cujo objetivo é a vingança.
“Eu me dei conta de que a vida não é só Total e Absolutamente Injusta, mas também Cruel, Sádica, Estúpida e Sem Sentido”.
As meninas parecem escrever o livro, em cada capítulo uma delas narra o desenrolar dos acontecimentos segundo seus pontos de vista. Assim, dá para perceber que, no início, as três meninas não se entendem, se julgam pelas aparências e primeiras impressões equivocadas. Reena acha Alice metida por falar pouco, Alice vê Molly como uma otária grudenta que a impedirá de fazer amigos legais, e estas duas logo identificam Reena como uma garota fútil e burra.
Molly (adorei essa personagem) desde sempre acreditou que o colégio interno era o paraíso habitado por seres cultos e maravilhosamente calmos e amigáveis. Estava cansada da mediocridade da cidade pequena, onde ninguém sabe quem foi Emily Dickinson, Charles Dickens ou Walt Whitman. Por isso decidiu falsificar a assinatura da mãe, internada em uma clínica psiquiátrica após o divórcio, e tentar uma bolsa mais ajuda de custo no PMM. Mas a realidade no colégio é devastadora, os alunos são mimados e a menina continua a sofrer sozinha.
Solidão, desamparo e saudade de tempos felizes irrecuperáveis são sentimentos que inundam as três, mas só descobrem isso quando percebem que têm algo mais palpável em comum: madrastas terríveis, o motivo das suas desgraças e tragédias. 
Reena cria a ‘Maçãs Envenenadas’, associação onde as enteadas maltratadas, heroínas desafortunadas unidas por fortes laços de camaradagem e lealdade, vão traçar planos para retomarem o controle de suas vidas destruindo a raiz  - madrastas -  dos seus problemas: Rachel, Shanti e Candy . Alice é a única a hesitar, não quer ser falsa, má ou trapacear.
“Pense no simbolismo. A maçã representa nosso destino. Representa a trama de nossas madrastas. Então estamos reivindicando a maçã. É nossa agora. Dois podem jogar esse jogo”.
Rachel simplesmente excluiu Alice da vida do pai, Shanti por conta de seus gostos extravagantes condenou a mãe de Reena à uma vida de privações e desespero, a sempre crítica Candy conseguiu destruir a amizade de Molly com a irmã Spencer e Molly ainda a culpa pela crise nervosa da mãe.
Sem notarem, as três Maçãs vão amadurecendo. Em PMM, Alice se envolve com o realista Jamal. Com ele, Alice se sente em paz, confiante e alegre. Os planos de vingança só servem para mostrar que as meninas já conquistaram suas vidas de volta, de uma forma diferente, claro, mas é a nova vida delas. Molly se libertou quando agiu determinada e foi para Putnam, onde julgava ser seu lugar. Reena se dá conta que estava cega de decepção para não valorizar o que tem de mais importante: irmão, mãe e amigos incríveis.
A “Maçãs envenenadas” passa a ser um grupo de apoio para filhos de pais divorciados, deixados de lado em favor dos novos companheiros. O objetivo não é mais ter raiva, odiar e querer destruir pessoas, mas confortar aquelas que estão sofrendo e buscar a felicidade nas escolhas diárias, com a ajuda de uma família quase tão importante quanto a de sangue, os amigos. Assim, estão prontas para acolher novos membros.
O livro não é ruim, porém não é uma releitura dos contos de fadas já mencionados. As personagens não fazem absolutamente nada para diminuir a influência das madrastas na vida dos pais covardes e egoístas. Os planos são infantis e as ‘vilãs’ (Rachel, Shanti e Candy), patéticas, quase não aparecem.
“Maçãs Envenenadas” na verdade é uma história simples e despretensiosa sobre o poder destrutivo das famílias disfuncionais, mas mais do que isso, é sobre as inseguranças típicas da adolescência e o poder de ter alguém em quem confiar.

Um comentário:

  1. Olá!!

    Mesmo não sendo assim tão bom, como você disse, fiquei super curiosa para conhecer as três personagens! Elas parecem encantadoras, cada uma com suas peculiaridades.


    Beijos,

    Samantha Monteiro
    Word In My Bag
    http://wordinmybag.blogspot.com.br/

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